UM PESADELO, ESTA COLOCAÇÂO ADMINISTRATIVA!

Chegou-nos mais um relato do que pode ser considerado uma ultrapassagem no concurso. Mas, ainda, sem uma explicação por parte da tutela. O ME ainda não esclareceu o porquê destas colocações administrativas. Porque é que estes docentes foram contemplados com este tipo de colocação e não continuaram a concurso para as Reservas de Recrutamento seguintes…

Fica um mail que nos chegou…

 

Este ano, pela primeira vez, em 20 anos de serviço (4 anos como contratada e 16 nos quadros do MEC) fui surpreendida, com uma colocação administrativa. Decorrida uma semana, após a saída das listas de colocação, nem a escola, nem o sindicato a que pertenço, me conseguem dar resposta às seguintes questões:

1- Por que razão o meu concurso de Mobilidade Interna, não seguiu o percurso normal e de acordo com a legislação em vigor?

2- Por que razão fui colocada administrativamente, sem ter sido informada desta decisão?

3- Por que razão, mesmo, sendo colocada administrativamente, não foi respeitada, a minha ordem de preferências?

Diz o Decreto Lei 132/2012, no seu Artigo 26º, Ordenação das necessidades temporárias: Para a satisfação de necessidades temporárias dos agrupamentos de escolas ou escolas não agrupadas, os docentes são ordenados de acordo com a sua graduação profissional e na seguinte sequência:    a) Docentes de carreira dos agrupamentos de escolas ou de escolas não agrupadas que tenham sido objeto de extinção, fusão, suspensão ou reestruturação desde que, por esse motivo, tenham perdido a sua componente letiva;    b) Docentes de carreira dos agrupamentos de escolas ou de escolas não agrupadas e de zona pedagógica com ausência de componente lectiva; c) Docentes de carreira dos agrupamentos de escolas ou de escolas não agrupadas que pretendam exercer transitoriamente funções docentes noutro agrupamento de escolas ou em escola não agrupada; d) Candidatos não colocados no concurso externo no ano da sua realização; e) Candidatos à contratação inicial.

No mesmo decreto Lei, Artigo 37º: 2 – Os candidatos são selecionados respeitando as alíneas a), b), d) e e) do artigo 26.º e a ordenação das suas preferências manifestadas nos termos do presente diploma.

No meu concurso, MI, estes dois artigos foram violados 7 vezes! Na minha 1ª, 3ª, 9; 15; 16: 27ª e 30ª. Os horários disponíveis nestas preferências, foram atribuídos a professores contratados, candidatos da alínea e), do artigo 26º. A mim foi-me atribuído, de forma administrativa, um horário temporário, de 16 horas, na minha 33ª prioridade, a escola que se situa a 120kms da minha residência. A minha primeira preferência, situava-se na sede do meu concelho, a 14kms. Se o meu concurso tivesse seguido um percurso normal, como todos os anos, o horário da minha primeira preferência ser-me-ia atribuído e eu ficaria colocada, praticamente em casa. Mas não, este ano não foi assim, terminando de forma catastrófica para mim e quem sabe, para mais colegas, numa colocação administrativa deixando-me na minha 33ª preferência!

Por que razão este concurso não seguiu os procedimentos normais: lista graduada de colocação da Mobilidade Interna, de acordo com os horários disponíveis e ordem de preferência dos candidatos? É sempre assim, ano após ano. Que precedente se abriu este ano, para ter sido diferente? Erro no sistema informático, dirão alguns. Admito que sim, que haja falhas no sistema, mas a mesma erro 7 vezes e sempre a mesma situação: horário disponível para professor contratado; horário disponível para professor contratado; sete vezes consecutivas, é difícil compreender! Sete colegas contratados, em diferentes posições na lista de graduação deles, a ocuparem as minhas preferências! Não, este não é um erro de sistema, será outro, pela certa!

E agora? Não sei! Já submeti o recurso, mesmo sem estar disponível na plataforma da DGAE. Uns colegas dizem que não me vão dar resposta, outros que, só no final do ano vou saber alguma coisa. O meu diretor, homem solidário, pergunta-me sempre se já tratei do assunto, sabendo que quanto mais cedo melhor, alimentando-me a esperança de um regresso a casa!

E eu? E eu? E EU? Agarro-me com toda a minha fé e força, a um recurso hierárquico que me trará de volta a casa, que me entregará o horário, que ninguém me consegue explicar por que razão, não me foi atribuído. Até lá, continuo a sonhar que vou ser notificada rapidamente, para regressar a casa! Só nesse dia vou conseguir ficar descansada e direi bem alto, justiça, finalmente foi feita justiça! Continuo a fazer as minhas viagens, a dar o meu melhor na sala de aula, mesmo que as lágrimas de revolta, me corram pelo rosto, ao longo dos 120 kms que me separam de casa!

Se para alguns, este ano letivo começou de forma tranquila, para mim começou em Pesadelo!

 

 

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13 comentários

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    • SCosta on 25 de Setembro de 2016 at 18:40
    • Responder

    Uma situação muito estranha e injusta para a colega… Mas o Mário Nogueira é que sabe!

      • Sorceress on 25 de Setembro de 2016 at 18:47
      • Responder

      Por acaso foi o Mário Nogueira que colocou a colega??????

        • SCosta on 25 de Setembro de 2016 at 21:11
        • Responder

        Não foi o MN obviamente, mas como ele diz que esta tudo a correr bem com os concursos, ironizei!

    • Manuel T. on 25 de Setembro de 2016 at 20:22
    • Responder

    O MEC anda muito estranho. Parece não querer interromper contratos de contratados nem que para isso tenha que passar por cima das regras como no seu caso ou alterando as RR para que os contratos comecem a 1 de setembro. Este mec junto com alguns sindicatos vão criar uma situação insustentável a longo prazo nas colocações e depois serão inúmeros os horários 0. Os sindicatos estão a contribuir para isso mas o que admira é o mec ter este tipo de atuação.

    • Lina on 25 de Setembro de 2016 at 23:16
    • Responder

    Sei que existem casos de contratados colocados administrativamente porque, aquando do concurso, houve o pedido de renovação por parte da escola e interesse maometanizado no concurso pelo contratado em lá ficar, mas por lapso não ficou, nem lá ninguém. Sendo assim há quem reclame, com direito através de recurso hierárquico do erro e se até ao momento não houverem docentes dos quadros para essa vaga, o contratado renova evitando-se assim o erro informático.
    😉

      • Pedro on 26 de Setembro de 2016 at 10:45
      • Responder

      Acho improvável isso ter acontecido. Outros contatados terão sido colocados nesses lugares.

        • Lina on 26 de Setembro de 2016 at 12:56
        • Responder

        Já aconteceu e não apenas uma vez. A/O colega volta para o lugar que lhe era devido, mesmo com outro colega entretanto lá colocado e ainda lhe digo mais que fica lá com “horario 0”, atribuindo a escola depois as tarefas mais pertinente ao PE fazendo-de assim justiça pelo lapso cometido.

          • Álvaro Guerra on 26 de Setembro de 2016 at 13:20

          E aqueles que constam da lista de desistências, não constam da lista de renovações, e ainda assim viram os seus contratos renovados nas escolas onde no ano passado entraram na BCE com 7 ou 8 horas, e que ao fim de umas semanas se tornaram completos!
          Serão casos de colocação administrativa? Renovações à posteriori não serão porque no ano passado foram contratados para horários iniciais pequenos.

          • Lina on 26 de Setembro de 2016 at 15:05

          Se ficaram colocados com horario incompleto e este ano renovaram nessa mesma escola, isso é ilegal. Há meios disponíveis para reclamar dessas situações e deve-se fazer!!!

          • Isabel on 26 de Setembro de 2016 at 22:18

          Estou estarrecida…Não quer partilhar mais pormenores? Por acaso também já me tinha interrogado sobre algumas dessas desistências…

    • Pedro Pereira on 26 de Setembro de 2016 at 14:08
    • Responder

    Quando escreverem algo objetivo não embelezem o texto com metáforas, aliterações, comparações, etc. Não há paciência…

    • Monica Sebastião on 26 de Setembro de 2016 at 15:13
    • Responder

    Infelizmente, o meu marido sofreu exatamente o mesmo género de ultrapassagem. Está a 150 km de casa, sem saber se o recurso hierárquico terá qualquer efeito prático. Dói saber que estão contratadas (2ª prioridade!) bem abaixo dele (QZP, e por isso a concorrer à 1ª prioridade), colocadas a 30, 40 km de casa… É a diferença entre ir dormir a casa, ou de ser pai por Skype durante a semana… A mim, cheira-me a anticonstitucional!!!

    • LMS on 26 de Setembro de 2016 at 23:25
    • Responder

    Aconteceu-me uma situação parecida no ano passado. Apresentei Recurso Hierárquico no dia 1 de setembro de 2015. Até hoje a resposta não chegou. Lamento, colega, procure uma alternativa para resolver essa questão.

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