Já sabemos que a BCE vai acabar no próximo ano lectivo e que as colocações dos professores em contratação serão apenas feitas através da Reserva de Recrutamento ao longo de todo o ano lectivo.
Mas será mesmo essa a intenção do actual governo para o futuro dos concursos de professores?
Um preâmbulo não fazendo lei demonstra muito do que se pretende para o futuro das colocações dos professores.
Deixo-o aqui em destaque o preâmbulo da alteração ao diploma de concursos com alguns sublinhados e negritos feitos por mim.
E cada um que tire as suas conclusões.
Os objetivos prioritários da política educativa do XXI Governo Constitucional, configurados no seu programa estratégico, contêm duas medidas essenciais, a de garantia da estabilidade do trabalho nas escolas e a de revisão do processo de recrutamento de educadores e professores. As prioridades invocadas contribuem para o objetivo estratégico de colocar a educação como um meio privilegiado de promoção de justiça social e de igualdade de oportunidades.
Sem prejuízo de uma alteração mais profunda, considerando que as reformas são sempre progressivas, planeadas, negociadas e avaliadas com todas as entidades envolvidas, torna-se necessário de imediato efetuar alterações urgentes ao atual instrumento de gestão dos recursos humanos docentes do sistema educativo, designadamente o concurso da Bolsa de Contratação de Escola.
O procedimento concursal mencionado foi introduzido através do Decreto-Lei n.º 83-A/2014, de 23 de maio, e é o processo de seleção utilizado pelos agrupamentos de escolas ou escolas não agrupadas designados de Território Educativos de Intervenção Prioritária e com contrato de autonomia.
Todavia, volvidos dois anos após a sua introdução, verifica-se que o concurso em causa não introduziu a esperada melhoria nos procedimentos e nas práticas de seleção, recrutamento e mobilidade do pessoal docente. Pelo contrário, confirma-se que o processo é burocrático e moroso, não proporcionado aos professores e alunos um bom serviço educativo.
Pretende-se, em primeira instância, combater a morosidade e a complexidade do Concurso de Bolsa de Contratação de Escola, tornando o sistema de colocações mais eficaz, eficiente e justo. É desejável a convivência entre um sistema universal e centralizado de colocação do pessoal docente nas escolas e um sistema descentralizado, operacional e eficaz, através do qual cada escola possa contratar com base em critérios adequados ao seu contexto. Contudo, tendo em conta a limitação imposta pelos prazos determinados do procedimento legislativo, aliada à necessidade imperiosa de providenciar um início de ano letivo tranquilo para as famílias e professores, tal ensejo não é, para já, possível.
6 comentários
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Pois, meu caro Arlindo.
Tens toda a razão e nada que não se estivesse à espera.
Esta alteração é meramente conjuntural e o preâmbulo e muito claro. Uma afilhada desta BCE surgirá algures num tempo….e esse tempo já teve um mensageiro este fim de semana.
Houve alguém que disse que vai refazer o que está a ser desfeito agora (e, digo eu, já estava feito antes).
É só enquanto o governo PS é de minoria. Logo que o PS tenha maioria absoluta, sem os “amigos” que os colocaram no poder, aí deixa de o ser…
Então a fne deixa-se enganar?
Espero que o monstro da BCE não volte e espero, também, que não venha um monstro maior!
Se calhar é só um texto e não passa disso mesmo e se fosse levado à letra, teriam encontrado o OVO de COLOMBO!
Uma coisa eu sei… Os seus criadores, a PAF e a FNE, não estavam nada interessados em acabar com ela.
Vamos aguardar…