Como Deve Funcionar a BCE?

Já vários artigos passados coloquei sobre os erros da BCE de 2014/2015 e apontei alguns caminhos a melhorar com esta forma (um pouco absurda) de contratação.

 

O primeiro erro que apontei esteve relacionado com o elevado número de subcritérios que o MEC serviu de cardápio às escolas (149).

Seguidamente na fase da candidatura existiu uma enorme confusão com o preenchimento dos subcritérios que levou a ser criado um novo prazo para os docentes rectificarem as respostas dadas.

Evito neste artigo falar sobre o erro da fórmula porque tal já estará resolvido (mal resolvido, mas resolvido).

Depois abordei o processo moroso que a BCE implica na selecção dos candidatos, vários exemplos saíram na comunicação social sobre a quantidade de ofertas que um único candidato obteve o que veio atrasar ainda mais o processo de colocação.

 

Após a colocação dos docentes havia a necessidade dos mesmos comprovarem os dados, em muitos casos os dados não puderam ser comprovados e os docentes tiveram de sair da escola, atrasando ainda mais a colocação de outro docente no mesmo lugar.

Neste artigo considerei o seguinte sobre a BCE:

 

A BCE foi politicamente mal idealizada e tecnicamente mal elaborada.

Não há volta a dar aos erros sucessivos que estão a acontecer e qualquer ideia em tentar melhorar este sistema é cair no mesmo erro.

Por cada erro que se pretenda corrigir outros erros irão acontecer. A BCE simplesmente não funciona nem nunca funcionará.

 

Mesmo continuando com a mesma posição sobre a BCE, importa reparar para 2015/2016 os erros que aconteceram em 2014/2015.

 

E assim, no meu ponto de vista:

 

  • os subcritérios devem ser facilmente mensuráveis e reduzidos a um máximo de 20 ou 30;
  • devem ser previamente validados por uma escola de validação;
  • deve existir uma forma mais rápida de colocação do docente, sem que o mesmo candidato seja colocado em 100 escolas em simultâneo, pelo menos nas primeiras colocações do ano lectivo, pelo que a colocação em BCE com efeitos ao dia 1 de Setembro de 2015 devia ocorrer bem antes do mês de Setembro e ao mesmo tempo que a Contratação Inicial.
  • sempre defendi um concurso dinâmico em que um docente a qualquer momento pode integrar-se numa lista de ordenação ou então sair dela (seja nas preferências por escolas ou por intervalos de horário), e nesse caso os docentes deveriam ser obrigados a aceitar uma colocação, qualquer que ela fosse, sob pena de terem penalização para o resto do ano lectivo.

 

Fica o tema BCE em debate para o caso de quererem intervir nele.

 

 

Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2015/05/como-deve-funcionar-a-bce/

14 comentários

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    • Pipoca on 11 de Maio de 2015 at 18:17
    • Responder

    Exclusão para quem não aceita
    (isso já está na lei e bem) e o sistema impedir selecção da mesma pessoa… o que
    lhe sair é que tem que aceitar já que é obrigatório. Se depois o denunciar
    volta à lista. Seria melhor uma lista graduada inicial mas se não se conseguir
    não há problema… se colocou esse horário é porque lhe interessa… não aceita- EXCLUIDO—

    • caloira910 on 11 de Maio de 2015 at 18:21
    • Responder

    A validação antecipada dos critérios minoraria muitas “falsas colocações”.
    É necessária também a clarificação de alguns critérios e especificar o que é considerado como “prova” aceitável.
    Quanto à colocação em vários horários é um problema deste sistema de recrutamento que não tem solução. Interessará ter? Quem defende um sistema de colocações centralizado pode perfeitamente argumentar com as múltiplas colocações para acabar com a descentralização dos concursos.

    • RMMCA on 11 de Maio de 2015 at 18:36
    • Responder

    O candidato também deveria optar entre a colocação em Contratação Inicial e a BCE e não como acontece atualmente. Se for colocado com 10h na CI só pode ser colocado em horários de até 18h na BCE (10h + 12h completo + 6h acumulação), ou seja, fica sem acesso a todos os horários completos da BCE.
    Temos de ter muito cuidado nas manifestações de preferências na CI, porque estas podem invalidar um horário completo na BCE.
    Este ano fiquei com 13h na Contratação Inicial e fiquei excluído de 30! horários completos na BCE. Todos esses 30 colegas estavam menos graduados nas listas BCE e ficaram com horário completo e anual com possibilidade de renovar e eu fiquei com 13h horas anuais. De que é que serviu a CI?
    Por isso cuidado com a manifestação de preferências!

    • contratada on 11 de Maio de 2015 at 19:21
    • Responder

    Sugestões
    – não permitir seleção simultâneo (fazer por lista graduada
    no início a nível central) e continuação da exclusão para quem não aceitar horários a
    que anteriormente concorreu

    – critérios objetivos e fáceis de comprovar pelo registo
    biográfico ou certificados (é ridículo desde logo pedir declarações a escola onde
    se deu aulas há mais de 2 anos)

    – 10 critérios por escola (num máximo de 20 validados pelo
    mec— sem critérios discriminatórios, tipo teip e outros com vista à escolha
    de determinados candidatos) para dividir o peso de cada um.

    – validação dos dados pelas escolas logo em julho e saída de listas provisorias (para que tudo saísse
    na 1 semana de setembro)

    • jotaa on 11 de Maio de 2015 at 19:44
    • Responder

    Não percebo por que ainda discutem critérios de seleção para a BCE. Devia era discutir a legitimidade da BCE; deviam era lutar para que acabem já. A BCE é injusta e não traz nada de benéfico para alunos e para a educação.
    Abaixo a BCE.


    1. Acha que pode mudar a lei a esta altura do ano? Acha possível? Que se faça alguma coisa que minore as injustiças,

    • Hélder Peixoto on 11 de Maio de 2015 at 23:50
    • Responder

    desculpem a minha frontalidade, mas as BCE, CI e RR devem ter os mesmos critérios…. GRADUAÇÃO. Isto é DESCOMPLICAR e ser JUSTO!!!


    1. Arlindo, deixa-te de coisas. A BCE não faz sentido. Por isso deve acabar! Eles leem o teu Blog e tu sabes que leem. Não dês sugestões!


      1. Não faz sentido também digo eu, mas não vão acabar com a BCE sem mais nem menos.
        Que adianta eu dizer que a BCE é absurda?
        Não é por eu dizer que ela deve terminar que vão acabar com ela.

          • PP on 12 de Maio de 2015 at 18:04

          Pois não, mas ajuda. Os senhores do MEC, muitas vezes, vão atrás de blogues sobre educação como o teu, tu sabes isso. Se começas a dar soluções que mais não são que meros “remendos”, temos de levar com a palhaçada da BCE de novo!

          • Hélder Peixoto on 13 de Maio de 2015 at 16:07

          Olá Arlindo,
          Não foi minha intenção criticar, mas sim opinar sobre o assunto. Desculpa o mal entendido…
          Contudo, não deixa de ser verdade que são ideias que podem ser usadas e isso continuaria na injustiça, mas nada tens com isso.
          Abraço e parabéns pelo trabalho que tens feito em prol da nossa classe… já que os sindicatos quase nada fazem pelos contratados!!!

    • Vitor on 12 de Maio de 2015 at 21:27
    • Responder

    Para mim, qualquer coisa que se possa dizer sobre a BCE, apesar de poderem ser opiniões que possam contribuir para a melhorar, a única coisa que melhoraria e tornaria, de facto, os concursos mais justos, no geral, seria mesmo acabar com ela e com outras contratações de escola.
    Todos os horários deveriam ser atribuídos no concurso nacional.
    Infelizmente, é precisamente em sentido contrário que se caminha.

    • SolangeM on 14 de Maio de 2015 at 14:36
    • Responder

    Tem de ser elaborado um “guião” para as escolas agirem todas da mesma maneira perante a validação ou não de subcritérios. Interpretações dúbias têm de deixar de existir. Uma escola valida um subcritério mas na escola vizinha a interpretação já é outra… É necessário uniformizar atuações. É preciso que para cada subcritério seja indicado o que se pretende. Na história dos cargos, por exemplo, há escolas que ser diretor de turma 10 anos apenas representa um cargo e outras que dizem ser 10 cargos… É só um exemplo…


  1. Tema BCE.

    “Como Deve Funcionar a BCE?” – Arlindovsky.
    Não deve funcionar!

    – “forma (um pouco absurda) de contratação” – Arlindovsky
    Existe em Portugal o princípio da igualdade de tratamento entre cidadãos! Concursos públicos: critérios iguais para todos, independentemente do local para o exercício de funções (escolas ou agrupamentos). Onde está a lógica para que um professor na lista de ordenação nacional seja o n.º “X” e numa escola seja o n.º X-30 e noutra escola seja o n.º X+20?…

    – “elevado número de subcritérios” – Arlindovsky
    Bastam 3 critérios: dias antes da profissionalização, dias após a profissionalização e classificação profissional = GRADUAÇÃO PROFISSIONAL; http://www.arlindovsky.net/2011/09/calculo-da-graduacao-profissional/

    – “veio atrasar ainda mais o processo de colocação” – Arlindovsky
    A BCE não trouxe maior rapidez de colocação em relação à lista de ordenação nacional (Reserva de Recrutamento)!

    – “A BCE foi politicamente mal idealizada e tecnicamente mal elaborada.” – Arlindovsky
    Correto!

    – O “docente a qualquer momento pode integrar-se numa lista de ordenação ou então sair dela (seja nas preferências por escolas ou por intervalos de horário)” – Arlindovsky
    Como acontece nos horários em oferta de escola… só concorre quem quer!

    – “os docentes deveriam ser obrigados a aceitar uma colocação, qualquer que ela fosse, sob pena de terem penalização para o resto do ano lectivo” – Arlindovsky
    Só em situações de “horários em oferta de escola”, porque na BCE, os professores ficam “amarrados” às escolhas que fizeram meses antes. O que pode ser importante em setembro, pode não ser relevante em abril… (seja nas preferências por escolas, localidades ou por intervalos de horário). Porque a vida, pessoal e profissional, é “dinâmica”…

    – Porque razão quando se concorre a horários em oferta de escola, os candidatos não têm conhecimento do seu horário de trabalho (que muitas vezes é só um part-time), em termos de mancha horária, disciplinas e turmas? O mesmo se passa em relação à BCE e talvez este seja um dos motivos que leve muito dos candidatos a não aceitarem a colocação…
    De salientar, pela positiva, o exemplo do Agrupamento de Escolas Dr. Ginestal Machado – Santarém (http://agrupamento-ginestalmachado.net/), que na Contratação de Pessoal Docente, pública o respetivo horário (ex: http://agrupamento-ginestalmachado.net/images/H24_GR400.pdf).

    – Os professores do quadro, quando concorrem para as escolas/agrupamentos com Autonomia/TEIP, também são colocados com base nos critérios da BCE ou “só” é tida em conta a Graduação Profissional?! Onde está o princípio da igualdade de tratamento entre cidadãos/professores!

    – “mas não vão acabar com a BCE sem mais nem menos” – Arlindovsky
    “Na simplicidade aprendemos que reconhecer um erro não nos diminui, mas nos engrandece” – Roberto Shinyashiki

    Em suma:

    – COLOCAÇÃO DE TODOS OS PROFESSORES, EM CONCURSOS PÚBLICOS, PELA GRADUAÇÃO PROFISSIONAL!

    http://www.professoresdosucesso.com.br/wp-content/uploads/Roadblock.jpg


  1. […] forma de entrar e suspender a candidatura faz-me lembrar daquilo que já sugeri por várias vezes das candidaturas dinâmicas, em que cada docente a qualquer altura poderia […]

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