Retirados daqui.
Quando soube da notícia do ocorrido na escola Óscar Lopes de Matosinhos e pelo que conheço dessa comunidade, fiquei em silêncio…. Meu cérebro conversava comigo próprio imaginando o panorama de terror e a mais uma ocorrência que a todo o custo a “escola” tentou mais uma vez resolver.
Imagino o segurança, no exercício das suas funções transportar um tresloucado para um lugar onde pudesse ficar mais calmo, onde pudesse ser novamente chamado à razão, e mais uma vez se incutissem os pensamentos mais sadios à convivência humana, mais do que por vezes cumprirem as normas escolares. Destaco “normas” pois que não são leis e mesmos os decretos caem por terra quando: … coitado do aluno, tem problemas, vive numa comunidade com problemas… o professor exaltou-se e vai ter um processo. Desta vez o único exaltado foi o aluno e a contenção do segurança, perante o cenário vivido e conseguir manter a calma e acima de tudo a segurança geral, terão levado a este fatídico desfecho.
Lembro e registo o tempo que passei nesta escola. Professores a viver a sua profissão de “educadores” a 500%, funcionários que nunca viraram a cara e comparticipavam no controlo geral, e, acima de tudo, uma direção sempre e constantemente pronta para interromper qualquer assunto e de imediato tomar conta das ocorrências diárias, digo diárias e numerosas, ou melhor, diárias, numerosas e constantes. Tive a sorte de conviver com uma comunidade sempre preocupada com a sua profissão, como muitos outros, dirão, mas muito diferentes com a preocupação constante de acima de tudo darem testemunho, darem opiniões, prestarem-se para serviços disciplinares e de apoio, com uma entrega considerada mais do que de “família”. Quantas vezes comentamos a nossa entrega e capacidade para resolver tudo pela calma, gastando e abusando do nosso tempo escolar, sentindo que algo melhor poderia um dia acontecer. E aconteceu. Houve alunos que mudaram, que melhoraram, que passaram a ser nossos grandes amigos, e que nos deram grande alegria, mais do que com o seu eventual sucesso escolar. Para o resto, fica apenas o nosso modo de sentir a profissão, onde o verdadeiro “ensino” assenta, que não é pago, contabilizado sequer, nem conta para os rankings. Perdoem-me insistir, mas guardo na memória o interesse, a luta e a busca constante de soluções para a indisciplina, o abandono, a rebeldia, a arrogância, e a pior de todas: a violência. Uns estatutos novos e os problemas reais são sempre os mesmos.
Quanto aos seguranças da escola também quero registar, do tempo que com eles convivi, o seu assumido e perfeito cumprimento das obrigações. Sem eles alguns problemas teriam sido piores, sempre atentos, e que acima de tudo comparticipavam para o bom ambiente escolar, mais do que com a catalogação de “seguranças”. Amigos dos que o mereciam, conselheiros e avisadores aos alunos algo preocupantes, prontos e presentes nas situações mais complicadas.
Sinto que a morte trouxe algum desmoronar àquilo porque sempre se quis lutar e melhorar.
Endereço o meu sentido apoio e pesar. O que poderá mais um dia vir a acontecer…?
Custódio Ferreira
Ilustres, somos encarregados de educação de uma aluna da Escola Óscar Lopes, que recentemente foi alvo de um acontecimento com fins trágicos para um funcionário. Apuramos junto de pessoas que estiveram diretamente envolvidas, factos contrários ao que alguns órgãos de comunicação social anunciaram através das declarações de alguns elementos da autarquia e da DREN. Não sabemos os motivos das suas declarações, mas também não é essa a razão que nos leva a redigir esta carta. São dois pontos apenas, que gostaríamos de enunciar e que vos levasse à reflecção. O primeiro e como pais atentos, envolvidos e motivados com o sucesso escolar da nossa filha, estamos preocupados e alarmados com os últimos desenvolvimentos comportamentais inadequados dos alunos. Gostaríamos de salientar que os mesmos, já ocorriam no ano letivo anterior e no nosso parecer, as medidas aplicadas com sucesso, pecavam por tardias. No decorrer deste ano, fomos convidados algumas vezes pelo pessoal docente, a participar e colaborar em medidas e estratégias de combate, ao mau comportamento dos alunos na sala de aula. Constatamos, que havia uma enorme vontade e necessidade por parte do pessoal docente, em motivar alunos referenciados como desestabilizadores, para a participação na vida escolar, deforma a poderem atingir os seus objetivos e não prejudicar os outros. Verificamos que muito tem sido feito, mas é insuficiente e pouco eficaz. Sabemos também, que são processos que tem seguir trâmites legais e a parte burocrática passa por um sistema na sua maioria moroso. Mas gostaríamos de deixar um alerta. Sejam mais proactivos na resolução de problemas deste género e menos condescendentes com quem tem direito à educação, mas que nada faz para a merecer e que por sua vez impede os outros de beneficiar dela. Não são decisões fáceis, porque ninguém as quer nem gosta de tomar. Mas são decisões justas, que podem prevenir e impedir no futuro, males maiores que já foi notícia e com fim trágico para muitas famílias. Contudo, estaremos atentos aos próximos desenvolvimentos e sempre disponíveis a colaborar com todos. O segundo e último ponto, tem como referencia a decisão da DREN comunicar à Comissão Executiva da escola que hoje seria um dia normal de trabalho. É óbvio que esta decisão não caiu bem no corpo docente e não docente. E nós estamos solidários com eles, pois não há condições de trabalhar, apôs um acontecimento desta natureza. Queremos todos fazer o luto a um funcionário que sempre desempenhou bem as suas funções em serviço e em prol do mais nobre projeto que todo cidadão tem direito. Mas para além disso havia um homem de família que fazia parte de muitas outras e da minha. Será que não há um pouco de bom censo, solidariedade e de alguma coragem? Paz eterna ao Sr. CORREIA.
10 comentários
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Agradeço a coragem em partilhar este momento connosco. Concordo totalmente com opinião que o processo disciplinares são da maioria moroso.Concordo que ´necessário ser mais proactivos na resolução de problemas disciplinares. Concordo em que devemos ser menos condescendentes …. Um muito obrigado por todas as palavras de esperança deixado por este grupo de pessoas sensatas, rigorosas e de coragem.
Maria! o importânte neste momento são os que ficam e estão! O Diretor demitiu-se das suas essenciais funções: manter o Respeito, a Disciplina, a Autoridade e no mesmo sentido dignificar o cargo que ocupa, bem co.mo dignificar todo o corpo docente, auxiliares, seguranças e os próprios alunos e Encarregados de Educação. Qualquer trabalho que foi desenvolvido com empenho ficou denegrido com o comportamento “laxante” deste diretor. Se a escola perdeu totalmente a autoridade sobre os seus subordinados (neste caso alunos) então o diretor deve ser chamado à responsabilidade. “Poleiro” querem todos, mas manter a dignidade é dificil para os opurtonistas.
As minhas condolências à família do Sr. Correia. De facto é um acontecimento trágico.
É lamentável o estado a que chegou a educação. “Os cães grandes” defendem mais depressa um marginal delinquente do que pessoas trabalhadoras, tendo a lata de dizer, que os 2 acontecimentos não estão ligados, e ainda mandam os professores dar aulas, como se fosse um dia normal igual aos outros.
Mas a vida dá muitas voltas…pode ser que o delinquente em causa, um dia ainda vá ao “focinho” dos que estão no “poleiro” e eles aí não achem graça.
E o delinquente em causa devia ir diretamente para o canil, fazer companhia ao “Zico”
Carlos, se percebi bem o que escreveu, desculpe, mas o seu comentário parece-me totamente descabido … As suas palavras à diretora da escola são mesmo de quem não conhece o trabalho que faz todos os dias. <> Por favor, não fale do que não sabe … Em 10 anos de profissão nunca vi tão excelente trabalho, empenho e dedicação. A porta da direção SEMPRE aberta, pronta a receber qualquer professor, funcionário, aluno, Encarregado de Educação, sem exceção. É uma escola inserida num meio MUITO complicado, e, acredite nas minhas palavras, quando lhe digo que, praticamente todos os que lá trabalham dão 100% de si … Neste caso, não podemos nem devemos generalizar … Fui professora dessa escola durante três anos e, para quem já por lá passou, com aquela direção em específico, não consegue ler as suas palavras e ficar indiferente. Sei que muitos dos meus colegas consultam frequentemente este blog, convido-os a todos, a passarem por aqui e deixarem a sua opinião.
Ao submeter o meu comentário não apareceu o que coloquei entre que foram algumas transcrições do que escreveu. Por isso coloco aqui o que faltou: “o diretor demitiu-se das suas funções; comportamento laxante; poleiro” …
Para Carlos e Mónica – estão ambos a fazer confusão – a pessoa que fez declarações públicas aberrantes e que não correspondem à verdade foi o vereador da educação da câmara de matosinhos de seu nome Correia Pinto que não é diretor da escola óscar lopes
Eu limitei-me a ler e interpretar os comentários que fizeram… Obrigada pelo esclarecimento.
Conheço perfeitamente a escola, sei como funciona. Quando se tem medo de atuar passam os meninos a terem problemas em casa, familia problemática … e outras coisas mais para não se chatearem muito com os meninos. Claro está, que “alguns” docentes embarcam na conversa do coitadinho,pois a avaliação de docentes depende da Sra Diretora e lá vai uma data de “anjinhos” fazer papel de bom samaritano. Enquanto, os outros alunos são prejudicados porque lógicamente, no meio dessa bandalheira quem perde são os alunos que tentam em empenhar-se mas o fôco está direcionado para a indisciplina que o Diretor não soube controlar. Daí,voltar a reafirmar que a escola perdeu a autoridade pela atitude “laxante” do diretor para se manter no poleiro ele e os que o defendem “está tudo ligado, minha linda”
Duvido que conheça e fico-me por aqui.
Carlos, se conhecesse realmente a escola E.B. 2,3 Professor Óscar Lopes e a sua Diretora , não falava com tanto desdém. Se passou por aqui, lamento mas NÃO A VIVENCIOU, não se entregou realmente… para si, foi apenas mais uma escola. Já agora, corroboro todas as palavras de Mónica Almeida. Seria de bom tom identificar-se, porque “Carlos” há muitos.