Síntese da reunião da APEVT com o MEC

Conforme consta no FB da APEVT

 

INFORMAÇÃO APEVT

Síntese da reunião de hoje da APEVT com o Ministério da Educação e Ciência, com a presença de José Alberto Rodrigues e, o SEEAE – João Casanova de Almeida e ainda Mário Pereira, diretor geral da DGRHE.

Em primeiro lugar um pedido de desculpas por só agora comunicarmos uma síntese da reunião. Foi uma reunião marcada “em cima da hora” pelo MEC e, entre viagens de carro e algum mal estar físico provocado por uma gripe primaveril, atrasaram esta publicação.

Quanto aos assuntos tratados, aguardamos para saber o motivo da reunião. Obviamente a revisão da estrutura curricular. Mas, não numa perspetiva de poder discutir e voltar atrás mas sim de saber o que fazer e onde colocar os professores que ficarem em horário zero. Naturalmente apresentámos de imediato a questão que não se prende só com isso. E referimos os contratados que durante anos e anos, mais de uma década, depois de investirem no seu curso e darem o melhor de si à escola, à EVT, ficarão com o seu futuro hipotecado pois com o excesso de “horários zero” o mais certo é nunca mais lecionarem na vida? Para a questão… nenhuma resposta e olhar “no vazio”. São vidas hipotecadas.
Foi apresentado o nosso comunicado e referidos os pontes nele constantes e que são a nossa preocupação na defesa da disciplina de EVT. Não vimos, mais uma vez, quaisquer hipóteses de retrocesso mas levantámos uma questão da ET no 2º ciclo dever ser, pelas suas características e natureza práica e experimental, lecionada com a turma desdobrada. Seriam 90 minutos anuais em que a turma seria desdobrada. Também uma certeza que não estão em causa as habilitações: quem é de EVT do grupo 240 serão aqueles que podem lecionar EV e ET. Mais: referimos que nesse cenário o professor de EV seria o mesmo a dar ET à turma. Salinetámos a IMPORTÂNCIA FUNDAMENTAL (e nunca é demais referir porque assim o dissémos várias vezes para ficar rgistado) que a turma em ET tenha que ser desdobrada. Nesse cenário ficaria o professor de EVT (referimos SEMPRE o professor de EVT, afinal é o que somos) com EV – 90 minutos e ET 90 + 90 minutos pois a turma seria desdobrada. Sobre isto nada sabemos. A defesa passou pela EVT no modelo de docência atual.
Questionámos o porque de sair a ET do 3º ciclo e o porquê da inversão em relação à proposta inicial. Sem resposta. Perguntámos se agora a ET no 3º CEB seria a disciplina de opção obrigatória. Apesar de primeiramente dizerem que não era bem assim, quando questionados sobre se iriam contratar professores de outras areas curriculares ou para outras funções na disciplina de opção quando nas escolas têm professores de ET, a resposta foi, naturalmente, não… Assim, certamente se manterá a questão da ET no 3º CEB. E haverá também, em alguns casos a situação de gestão dos recursos humanos, no caso das habilitações adequadas (caso das TIC e outras naquilo que são os recursos humanos das escolas).
Foi também falada a questão da coadjuvância no 1º CEB, em expressões. Ora, porque razão não está definido o número de horas para cada área? É que para a elaboração de horários isso deve ficar estabelecido à partida, dissemos. Caso contrário, existirão situações ambíguas de uma agrupamento ter alunos do 1º CEB com 3 horas (por exemplo) de Educação e Expressão Plástica e noutro ao lado terem apenas uma hora. E assim, naturalmente, não se faz uma educação igual para todos…
A questão de distribuição de horas e outros aspectos disseram que iam acautelar…
E quanto a programas, ficámos a saber que afinal, logo após apresentada a proposta, em dezembro, houve um grupo que se constituiu para começar a trabalhar nos programas. AHHHH! Foi a nossa expressão!… Logo nessa altura? E nada sabemos do que virá por aí pois incompreensivelmente
A APEVT reunirá em breve com o Dr. Mário Pereira da DGRHE para analisar os dados que estão na sua posse, na certeza de que muito se compreenderá, apenas e só, com o despacho de organização do ano letivo e outros a produzir na mesma altura.
Com uma certeza ficámos, e numa breve reflexão, pode-se mesmo dizer que quiseram acabar com o par pedagógico de EVT e duma só vez também com a disciplina e agora confrontam-se com situações que quase parecem surreais e que não sabem resolver. Enfatizou-se a questão da EVT e do seu sucesso nas escolas e do que as escolas e alunos vão acabar por perder.
A conclusão é que nós sabemos EVT, sabemos de escola, vivemos a escola….
Foram 45 minutos em que, por vezes, e agora de forma pessoal (JAR) posso dizer que achei que certas e determinadas coisas não podiam estar a ser ditas e a acontecer.
Colegas, depois de 600 Km a conduzir e do meu estado, é a informação possível.
Só mais uma nota: demos hoje uma entrevista escrita ao Semanário Sol que deverá ser publicada este fim de semana.

Um abraço e, SEMPRE EVT!
NA LUTA, PELA LUTA DE EVT!

E SALIENTÁMOS! PERANTE O QUE FOI APRESENTADO HOJE, FIZEMOS QUESTÃO DE DESTACAR, SALIENTAR E LEVAR AS VIDAS, AS VOSSAS VIDAS, PROFESSORES DE EVT CONTRATADOS PARA CIMA DA MESA. NÃO SE PODE JOGAR ASSIM COM A VIDA DAS PESSOAS E DO QUANTO INVESTIRAM NO SEU CURSOS E DERAM PELA EVT PELA QUALIDADE DE ENSINO!

PELA EVT!

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8 comentários

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    • Alberto Miranda on 29 de Março de 2012 at 11:43
    • Responder

    No site da APEVT (quando foi solicitado opiniões da discussão pública da APEVT pré- realização do Encontro Nacional da APEVT), eu escrevi o seguinte:
    “Eu, Alberto Miranda, como professor de EVT, penso que a luta do grupo 240 tem que se centrar no seguinte:
    1º- A Educação Tecnológica tem que ser lecionada por dois professores ( a grande questão é saber como é que um professor vai trabalhar, por exemplo, com madeiras com uma turma de 27 alunos, com idades entre os 10 e os 12 anos…,fora se a turma tem alunos do ensino especial;
    2º- A Educação Tecnológica deve ser anual. Trabalhar um semestre com uma turma, num tempo de 90 minutos semanal, não se consegue fazer um trabalho consistente e elaborado e nem abordar vários conteúdos;
    3º- É bom lembrar que antes de 1991 as disciplinas de Educação Visual e Trabalhos Manuais tinham no total 8 tempos semanais (cada tempo de 50 minutos).”
    Na altura já tinha a “visão” que a disciplina de EVT nunca iria ser igual com o novo MEC…o cenário político e económico já não identico ao que era a um ano atrás. Sinceramente, pensar que a EVT iria continuar com dois professores e com a mesma carga horária era de “sonhadores”. Como já ouvi de muitas bocas que a disciplina de EVT não era mais que EV (os alunos só trabalhavam com papel e lápis!). Portanto, tinhamos que adaptar a proposta da dita reforma curricular da melhor forma a defender a vertente artística e tecnológica (que passava essencialmente por ter dois professores em ET).
    Caros colegas, vamos ser mais de 3000 com horário zero…vi muita gente com uma postura como nada fosse consigo…é lamentável.

      • Xana G on 29 de Março de 2012 at 19:35
      • Responder

      Muito importante, tudo o que foi abordado. Da minha parte, agradeço o esforço.

      Haverá, portanto, escolas com coadjuvação nas Expressões e outras sem coadjuvação, não é assim? Na minha escola, todos os professores de EVT tem Direção de Turma, para poder haver horário para uma colega QZP.

      É importante definir a carga horária no 1.º ciclo, sim. E também é preciso ter em conta que a LP e a Matemática já estão extremamente articuladas com ações como desenhar e pintar (para outras coisas é preciso haver materiais, condições, dinheiro e nem sempre existem estas coisas).

      Por exemplo, “Pinta o conjunto que tem mais elementos”, “Ilustra o texto”, etc. etc. etc. Se se vão manter as AECs, o número de horas de Expressão Plástica (e das outras, também), no meu entender, tem de ser adequado.

    • Flávia on 29 de Março de 2012 at 12:29
    • Responder

    Tudo isso é muito verdade.
    Mas há uma coisa que ninguém comenta e que eu considero de importância crucial para a àrea artística, seja ela técnico ou não.
    Porque raio a disciplina de EV, que passou a ser obrigatória no 9ºano, passou de 90 minutos +45 minutos, para apenas 90 minutos, sendo neste momento a disciplina com menos carga horário do currículo e por isso uma disciplina não de segunda categoria mas de 3º? Principalmente tendo em conta que no secundário Há a opção de artes e essa é a única disciplina que faz a ponte com o secundário? Para além de ser uma disciplina fundamental nos campos da criatividade, da estruturação do pensamento, na expressão do ser, no seu desenvolvimento, quer esse ser opte por seguir uma área ligada às artes ou não.
    Será esse o príncipio do caminho para minimizar a carga das disciplinas artísticas do currículo nacional?

      • Antónia Clara on 29 de Março de 2012 at 20:16
      • Responder

      Pois Flávia
      Nesta implosão priveligia-se o saber académico sobre o saber ser, o saber estar e o saber fazer

        • CCN on 29 de Março de 2012 at 21:09
        • Responder

        António,
        Sabia que qualquer “saber académico” permite desenvolver competências como saber ser, (veja o caso da História), saber estar e saber fazer (é preciso saber aplicar aquilo que se aprende)? Qualquer disciplina encerra estas três componentes. Como é possível que ache que apenas as disciplinas práticas desenvolvem estas componentes?
        Não quero com isto dizer, obviamente, que esteja de acordo com os cortes que fizeram na área artística. Acho que empobrece o currículo!

    • Fernando on 29 de Março de 2012 at 20:41
    • Responder

    Obrigado por tudo e as melhoras!!!! Por aqui se vê o quão mentecaptos são estes políticos!!!

    É triste.

    Vivam as ARTES!!!! VIVA EVT!!!!!

    • Joana Perestrello on 29 de Março de 2012 at 22:35
    • Responder

    Caros colegas:
    Sei de fonte segura que ainda pode haver mexidas atendendo a que os prof de EVT são praticamente todos do quadro.
    Assim não se gasta mais dinheiro afetando 2 prof, em desdobramento, a ET.
    Agora só não percebo como é que alguns prof de EVT entendem que é nada com eles e estão de braços cruzados!
    Façam sentir a vossa voz nos jornais, nos blogs, cartas para a AR, sensibilização dos Pais, etc.
    Não podemos deixar o 2º ciclo e o 3º ciclo “virar” a um novo liceu do seculo XXI.
    O País precisa de quem saiba fazer.
    NInguém pode baixar os braços neste momento.

    • Margarida on 30 de Março de 2012 at 0:06
    • Responder

    Gostava de esclarecer a dúvida dos tempos letivos de 45, 50 ou 90 de acordo com a decisão da escola.

    Se o ministro Crato diz k deverá ser respeitado o mínimo e máximo de minutos por semana, para cada disciplina, como fazer?

    No currículo do 2º ciclo, por exemplo, com 37 tempos, incluindo o Apoio e a oferta de escola, numa grelha semanal de 50′ a turma terá mais 185 minutos, ou seja mais 4 tempos letivos do k o previsto no currículo.

    Numa disciplina com 6 tempos de 45′, se optarmos por tempos de 50′ temos 30′ a mais por semana.

    Como vai ser????
    Se alguém já tiver uma ideia, por favor, partilhe!!

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